domingo, 13 de abril de 2014

Melhor cercar com bambu

Tanto mais sensato e cortês seria se cada um respeitasse os espaços, sem exigências de fronteiras, e os aproveitasse de forma ecológica e produtiva. Mas como o mundo ideal passa ainda um tanto distante dos dias presentes, é preferível que se ergam cercas de bambu.



Matéria prima abundante e renovável, a boa madeira que se levanta veloz e vigorosamente da terra rende boas estacas para a delimitação de propriedades.



Na empreitada no Sítio Amarelo, foram utilizadas basicamente varas da espécie Bambusa vulgaris (de coloração amarela e verde, por isso também conhecido como Bambu Brasileiro). O nobre vulgaris, apesar de não ser o tipo mais durável de bambu, pode oferecer colmos surpreendentemente resistentes, se colhidos na época adequada. Recomenda-se, preferencialmente, que o corte ocorra nos meses de maio a agosto, na lua minguante, quando o bambu retém menor quantidade de água.


Delimitar o sítio com mourões de bambu foi ao mesmo tempo uma alternativa experimental e oportunista. Ao localizarmos duas touceiras que seriam retiradas nas imediações de um restaurante em Brasília, bem como em uma fazenda vizinha ao Amarelo, decidimos coletar as varas e aproveitá-las no serviço que precisávamos executar. Os resultados ainda não são conclusivos, mas, até o momento, podem ser considerados satisfatórios. Instalada em setembro de 2012, a cerca ainda funciona bem.

No tratamento dos mourões, para evitar a infecção por fungos ou o ataque de insetos, especialmente as temíveis brocas, utilizamos a aplicação de óleo queimado de motor. Para uma melhor absorção do produto pelas varas, deve-se romper os entrenós dos colmos e espalhar o óleo interna e externamente nas estacas. A aplicação é feita uma vez por ano, no período de estiagem.