sábado, 17 de maio de 2014

Um lugar para organizar a bagunça

No princípio, era o Cerrado... mas algumas toras de
eucalipto chegaram para incrementar a paisagem.

E sob o sol, com suor e técnica, em uma semana,
fez-se a estrutura para o telhado.

Debaixo de uma sombra acalentadora, pés vigorosos misturaram a terra e confeccionaram uma nova geração de adobes. Sobre o alicerce de rocha, ergueram-se as paredes que serviriam ao indispensável galpão do Sítio Amarelo – afinal, é necessário um local para bem guardar os materiais de trabalho.

Um lado por vez, a composição avançou zelosamente. Com esmero, peças de vidro foram reaproveitadas para acrescentar brilho e luz à obra.

E tendo o céu como testemunha, garrafas se uniram aos adobes para oferecer cores e formas herméticas às vigorosas paredes. Homens passarão sobre a terra, a obra será esposa do tempo.

Para fechar a empreitada, um portão de chapa de zinco sobre trilhos e calhas para coletar a água da chuva. Uma construção dará início a outras e conexões entre diversos elementos proverão fartura e sustentabilidade.

domingo, 13 de abril de 2014

Melhor cercar com bambu

Tanto mais sensato e cortês seria se cada um respeitasse os espaços, sem exigências de fronteiras, e os aproveitasse de forma ecológica e produtiva. Mas como o mundo ideal passa ainda um tanto distante dos dias presentes, é preferível que se ergam cercas de bambu.



Matéria prima abundante e renovável, a boa madeira que se levanta veloz e vigorosamente da terra rende boas estacas para a delimitação de propriedades.



Na empreitada no Sítio Amarelo, foram utilizadas basicamente varas da espécie Bambusa vulgaris (de coloração amarela e verde, por isso também conhecido como Bambu Brasileiro). O nobre vulgaris, apesar de não ser o tipo mais durável de bambu, pode oferecer colmos surpreendentemente resistentes, se colhidos na época adequada. Recomenda-se, preferencialmente, que o corte ocorra nos meses de maio a agosto, na lua minguante, quando o bambu retém menor quantidade de água.


Delimitar o sítio com mourões de bambu foi ao mesmo tempo uma alternativa experimental e oportunista. Ao localizarmos duas touceiras que seriam retiradas nas imediações de um restaurante em Brasília, bem como em uma fazenda vizinha ao Amarelo, decidimos coletar as varas e aproveitá-las no serviço que precisávamos executar. Os resultados ainda não são conclusivos, mas, até o momento, podem ser considerados satisfatórios. Instalada em setembro de 2012, a cerca ainda funciona bem.

No tratamento dos mourões, para evitar a infecção por fungos ou o ataque de insetos, especialmente as temíveis brocas, utilizamos a aplicação de óleo queimado de motor. Para uma melhor absorção do produto pelas varas, deve-se romper os entrenós dos colmos e espalhar o óleo interna e externamente nas estacas. A aplicação é feita uma vez por ano, no período de estiagem.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tome chá de Macela

Para matar a saudade dela, tome chá de Macela. Erva dos campos brasileiros, tradicional no Sul, mas também usada no Nordeste e no Cerrado, ela acalma o coração solitário, distante da amada por exigências do labor.

É uma delicada planta herbácea, de flores amareladas, meio acinzentadas, pendentes em pequenos cachos. As folhas são alongadas, membranosas, cheias de pelos e muito finas. Conhecida por apresentar propriedades calmantes, costuma ser aproveitada como estofo de travesseiros, pois estimularia uma boa noite de sono.

Achyrocline satureioides foi o pomposo nome que lhe deram os cientistas, mas o povo a conhece mesmo é por Macela, Macelinha, Marcela, Camomila Brasileira, Milfolhada e por aí vai... Só deve ser colhida quando as flores surgirem. Dessa forma, destacam-se melhor as propriedades terapêuticas.

De aroma agradável, o chá é feito a partir da infusão das folhas e flores. Recomenda-se o uso também para aliviar dores de cabeça, cólicas, problemas estomacais e resfriados. No Sítio Amarelo, a Macela floresce de julho a setembro. A presença dela, geralmente, é indicadora de solos acidificados e degradados – ao que estamos tratando por essas bandas.

Na cosmética, a Macela atua como um bom clareador natural para os cabelos de tons castanho claro a louro. Ela é o principal componente ativo de alguns xampus para essa finalidade.

Indicações do chá de marcela
Alivia estresse e ansiedade;
Clareia os fios de cabelo e acaba com a queda;
Ameniza cólicas intestinais;
Regula a desordem menstrual;
Trata diarreia, disenteria, azia e dores de estômago;
Controla as contrações musculares bruscas;
Melhora a digestão, evita disfunções e perturbações gástricas;
Trata casos de epilepsia, cefalalgia, reumatismo e impotência;
Acaba com a retenção de líquidos;
Pode ser eficiente na lavagem de pés fétidos;
Ajuda a pele e cabelos a adquirirem mais saúde;
Pode ser usado para tratar resfriados.